03/06/20

George Floyd partiu mas não deixemos que outros partam.

GEORGE FLOYD


 Foi há mais de uma semana que todos nós vimos imagens chocantes de uma realidade que nunca pensamos ainda existir no século que vivemos e que nunca poderemos esquecer, pois por mais que nos esforçarmos, serão difíceis de apagar da nossa memória.
Por mais que doa, é uma realidade que subsiste e que faz transparecer o lado mais agressivo, desumano e incompreensível de uma raça que se afirma como superior a outra. Qual é a superioridade neste ato tão cruel? Que princípios, que sentimentos vão na alma de quem comete com tanta brutalidade um destes atos?
Vivemos numa época que se diz moderna, em que todos afirmam perante os outros os seus direitos e reivindicam a sua total liberdade, mas esta não aceitação dos outros continua a imperar  e a crescer nalguns impérios de poder em que são bem visíveis as desigualdades económicas e sociais. Os valores morais estão totalmente distorcidos e dissociados de uma realidade em que a  condição humana é apenas vista como um produto, um número, uma cor, um elemento de uma sociedade capitalista que impõe uma sociabilidade cada vez mais individualista e competitiva, veiculando as relações desagregadoras e violentas.
Não deixemos que esta horrível morte seja apagada, mas que mesmo que nos custe, seja lembrada como forma de podermos mudar os nossos atos e apelar ao melhor da condição humana - a compaixão e a empatia; o sentir o outro como uma própria extensão da sua humanidade, a razão e o equilíbrio das emoções. 


George Floyd partiu, mas não deixemos que outros possam também assim  partir. 


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